segunda-feira, 20 de junho de 2011

Filas de bancos

O cirurgião dentista aposentado Paulo Faggiani, 75 anos, afirma que não tem enfrentado preconceitos em razão da idade. Mas acredita que, atualmente, “parece que acabaram as expressões como ‘com licença, muito obrigado, desculpe’, etc. No dia-a-dia, eu sou bem atendido, e normalmente antes dos outros. Só que a fila de idosos nos bancos está sempre grande. Um dia desses, no Itaú, fui atendido na fila comum, porque a de idosos estava enorme...”.
Mesmo com a fila especial, é sempre apenas um caixa que atende, lembra João Belli, de 79 anos, ex-chefe de escritório.
Belli observa também que a situação econômica afeta muito o aposentado: “A inflação, que o governo diz que não existe, está embutida em tudo o que a gente compra. E os aposentados são os que mais sofrem, porque o último reajuste foi de R$ 180,00 para R$ 200,00, e quem ganha um salário mínimo recebeu em abril. Já quem passa dessa quantia só recebeu em junho”.
Ele aponta ainda que as farmácias não dão mais descontos de até 30%: “Eu só tenho conseguido 5%”, reclama. Os genéricos melhoraram um pouco a situação, são mais baratos, mas nem todos os medicamentos são genéricos.
Daniel Martins, de 69 anos, ex-proprietário de imobiliária, afirma que há necessidade de uma política para idosos no Brasil. “Eu tenho uma situação muito boa, não enfrento problemas. Mas o idoso no Brasil não tem lazer, não tem assistência médica, quando muito tem condução gratuita. Entretanto, isso é até deprimente, porque em geral o passageiro idoso é humilhado.” Daniel não usa a prerrogativa de ser atendido na frente de ninguém, mas quando vê idosos serem maltratados, chama a atenção.
Atualmente estudante de Direito, é o mais velho da universidade. E não encontra nenhum problema em decorrência da idade. Ao contrário, recebe muito carinho dos colegas e professores.

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